EU NÃO TENHO MEDO DE RAFAEL

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Óculos e barba rala nem de longe podem definir-te

Apressado e tenso passageiro do delírio

Passeia no trem fantasma do teu espelho íntimo

O teu vale de lágrimas é um rio de águas turvas

Onde teus olhos de narciso-medusa

Te convidam a um mergulho sobrenatural

Cai do décimo terceiro andar

Da ilusão imagética e irreal da arte surreal

Mas tem preguiça de cair na vida

Exita pensa...

A melancolia tua companheira e minha

Parece que agarrou-se ao teu corpo

Feito uma tatuagem que o teu íntimo medo da solidão faz crescer

Só a arte te salvará perdendo-te e matando-te para renasceres outro

Uma arte vertigem transgressora

Combustível magma de teu eruptivo e implosivo vulcão

Dissimulas o teu coração que clarividente

Como as águas que espelhavam a beleza de narciso

Transparece a tua alma paisagem imediata

Cartão de visitas marcante como um sorriso espontâneo

Participamos-te e sofremos-te o que pretensamente achas esconder.


Leidivan Rodrigues

 
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