O FOGO NOSSO DE CADA DIA


foto:João Henrique
O FOGO AMEDRONTAVA OS ANJOS
MAS ALEGRAVA OS DEMÔNIOS
O SOL FAREJAVA AS TARDES
A LUA CHEIRAVA SUAS MADRUGADAS
E EU AMARRADO EM VÍCIOS ENVOLTO EM FEBRES

ME DEEM UM PROPÓSITO E VOS DAREI UM HOMEM SEM CAUSA.
APENAS O VÍCIO DE EXTISTIR ME INTERESSA

ARDER EM CHAMAS
ARDER EM INFÂMIAS
O CALOR DE UMA VAGINA
DE UMA PUTA DE UMA MESSALINA

FOGO!
FOGO!

QUEM ENTRE NÓS NÃO PRECISA DE FOGO ???
ACENDERAM HIROSHIMA
ACENDERAM NAGASAKI
E DEPOIS JOAN D'ARC

O CONTRÁRIO TEM MAIS AVESSOS QUE O RECOMEÇO
E QUANTO MAIS EU DESÇO....
O OPOSTO DE TUDO É COISA NENHUMA
O VAZIO TEM MAIS VÁCUO QUE O FUNDO DO NADA
COISA NENHUMA TEM MAIS NADA QUE A MINHA VIDA
TEOREMAS OBSCUROS, TRIGONOMETRIAS, HIPOTENUSAS.

EU MATO PROFETAS
NÃO ME CONTEM SOBRE A MINHA SEMANA
E NÃO VOS REVELO SEUS AMANHAS

NECESSITO DE CALOR !

QUERO O FOGO NOSSO DE CADA DIA
O SUOR DE EXISTIR. O ODOR DE PERECER
LIBERTINAGEM CASUAIS ME INTERESSAM
DEGREDOS EM DIAS DE TROVÕES NÃO ME ASSUSTAM MAIS
SALVE PROMETEU E SEUS ABUTRES.



VOU EMBORA E DEIXO
O FRIO NA ALMA DO POETA.

JOÃO HENRIQUE

Alumbramento



Teu canto de mar dizia-me coisas
Sobre línguas e chuva,

Naufrágio de bocas em praça pública

( A pele se evaporando em sal )

Perco meus brinquedos
E já não sou mais tão criança.

Nem meus barcos eram assim de papel
No teu córrego noturno.

Toda a tua água, invasão... Delírio.

Quero a tua esquadra de mil canhões
Apontados para o meu peito inerme.

A ferida aberta nos lábios, o gosto de sangue
Diluído em álcool e saliva.

A profusão das tuas mãos
Estrangulando minha última inocência.

Você, a lâmina que liberta meu pulsos
Inoculados de pesadelo

A rebelião dos meus hospícios.

RONALD FREITAS

............


Uma sombra me persegue
eu a persigo
dentro da escuridão
quando ando na noite
à beira do abismo...
Ah! Uma sombra me perseguenos lugares onde vou!
Por todos os dias,
pro resto da minha vida.
uma sombra...uma sombra.
a fumaça dos cigaros...
seu cheiro.
Seu gosto no próximo copo.
Uma sombra...
costurada aos meus pés tal qual Peter Pan.
Quantas noites fugi,
quantas noites a busquei
nos bares,
nas ruas,
nos sonhos
sempre me encontro,
negra sombra,
pisando sobre os teus passos

Edson Xavier Ferreira

O E-DIFÍCIL DE SI MESMO


Cuspi os meu pregos para com eles se edificar a minha nova morada
de mim mesmo habitada.
Lavei com unguento e bálsamo o meu ego de violência auto dirigida.
Condeno a fraqueza apenas dos meus atos sou senhor e escravo.
Dos outros, me entretenho apenas em observar.
Participo do caos contemporâneo como espectador ensimesmado.
O mundo é para mim uma janela
Aonde eu saltarei ao alado céu aberto que me convida a transpor o meu universo.
Como a criança, me entretém com a simplicidade das coisas,
Me perco em cores...
E muito além dessa cinza pálida realidade que cerca...
Tenho sempre vinho a correr em minhas veias
Para contemplar a arte da vida.
E um burburinho universitário traz a tona a lógica
E o en-fado das aulas sem graça.

Por Leidivan Maldito
 
FANTASCÓPIO CARIRI © 2010 | Designer by Martins WEB DESIGNER