Lembranças de sonhos à beira da praia




À beira da praia


Sonhos mortos putrefam em caixões abertos


Exalando um crescente mal cheiro


Sem sequer uma placa de aviso


Que grite: afaste-se


Ou que diga apenas: "deixe-nos esquecidos


Queremos descansar em paz"


Mas na lama suja da lagoa 


do mangue poluído ao lado


Seres respiram, borbulham


 Escondidos emitem sons


Me fazendo lembrar que ainda há vida


 E que os sonhos devem ser ressuscitados


 Em quaisquer destas páscoas

Ou numa cansada quarta feira de cinzas

Nem que seja para nadarem


E morrerem todos novamente 


Para novamente apodrecerem, 


À beira da praia


Bruno Sampaio



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