O amável cético perdedor




  Toma tua lágrima

                    Como teu pior sacrifício

É impossível não manter resquício

Desta tua vil tortura

                       Mergulhada em amargura

                        Com orgulho de ser poeta

Desdenhando tua própria meta

E tirando da dor,candura.

Passa

Pela noite silenciosa

Transformando teu ódio em prosa

E tomado pela loucura.

Diz-me

Que teus lábios estão cortados

Pelos ventos que são passados

Com teu mistério e tua negrura

Beija

A morte e saúda o tempo

Ele é teu melhor amigo

Ele forma no pensamento

Tuas barreiras contra o perigo.

Ele faz atrasar a morte

Ele cura teu corpo insano

Ele fecha aquele teu corte

Do lábio e do amor profano

Que pra ti é mais invenção do demônio.

Doente! Não tens neurônio?

É sagrado, é purificação!

Perdeste no jogo da vida

E hoje anuncia tua partida

Com rótulo de perdedor

Então fenece

Nos braços de quem não te quer

Daquela maldita mulher

Que hoje te rejeita e esquece

 
Thaís Araújo

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