Alumbramento
Teu canto de mar dizia-me coisas
Sobre línguas e chuva,
Naufrágio de bocas em praça pública
( A pele se evaporando em sal )
Perco meus brinquedos
E já não sou mais tão criança.
Nem meus barcos eram assim de papel
No teu córrego noturno.
Toda a tua água, invasão... Delírio.
Quero a tua esquadra de mil canhões
Apontados para o meu peito inerme.
A ferida aberta nos lábios, o gosto de sangue
Diluído em álcool e saliva.
A profusão das tuas mãos
Estrangulando minha última inocência.
Você, a lâmina que liberta meu pulsos
Inoculados de pesadelo
A rebelião dos meus hospícios.
RONALD FREITAS
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