ENTREVISTA :RAFAEL SARAJEVO

O FANTASCÓPIO CARIRI SEMPRE GOSTA DE TRAZER AOS NOSSOS LEITORES ALGUMAS NOVIDADES.O BLOG TEM ESSE COMPROMISSO DE TENTAR RETIRAR ESSES POETAS DA BASTILHA ONDE SEUS ESCRITOS ESTÃO ENCERRADOS.A ENTREVISTA QUE SEGUE É FEITA COM O POETA (por mais que ele não se intitule um) DE CÍCERO DANTAS CHAMADO RAFAEL SARAJEVO COM O SEU "Escritos de um inferno atômico " (JH)
F.C- Faça um resumo da sua existência como poeta para os leitores do blog.

RS- Eu não sou poeta. Ser poeta que fique para os aduladores ou caras que versejam e se intitulam santos senhores de toda misericórdia. Eu não sou poeta.

F.C- O que te influencia na hora de escrever?

RS- Não são obras nem autores. E posso escrever sobre coisas que nunca vivi ou nunca presenciei. Mas isso não me parece esquisito. Talvez cada um tenha um resumo de tudo que existe. Eu me refiro ao seguinte: o que são as nossas mães senão putas dos nossos pais. E vê como elas detestam as outras putas dos nossos pais, as que não subiram ao altar com eles, e vê como toda a sociedade as detesta, porque toda sociedade é formada por putas e por mães, nada mais.

F.C- Qual a utilidade da poesia nesse mundo caótico em que vivemos ?

RS- Nenhuma. Poesia não serve pra nada. Fico impressionado quando vejo alguem dizer “li tal livro, tal livro mudou a minha vida”. – qual medíocre deveria ser a vida deste que diz isso. Porque livros são escritos influenciados por vidas. São vidas que devem mudar livros (me refiro à forma de escrevê-los), e não o contrário.

F.C- Dei uma olhada no protótipo do seu livro e achei muito interessante.Você poderia nos falar do processo de criação até sua edição.

RS- O que você achou interessante no meu livro? Ah, o entrevistado sou eu. Ta. Olhe só, eu acredito ao longo da história muito disso já aconteceu. Alguns se intitularam ou foram intitulados santos, profetas, filósofos, médiuns, poetas. Ou até mesmo apostadores ou donas de casa na feitura de uma nova receita. Não importa qual nome imbecil se dê às coisas. Não importa o nome que recebam. Toda obra não passa de uma psicografia. Mas não advinda de espíritos como acredita a doutrina Kardecista, ou talvez sim para uns. Porém cada um usa um nome diferente para isso. Toda cultura diferencia-se apenas pelas nomenclaturas empregadas. E talvez não tenha sido diferente no meu caso.

F.C- A frase de André Breton “o futuro do poeta é ser uma assombração” tem algo a ver com a sua poesia ou vai na contra mão do que você escreve?


RS- Acho muita prepotência acreditar que o poeta assombra alguém. Não, acho que de fato não. Ao menos não esse poeta que escreve livros e tal. Porque existem diversos poetas espalhados por aí mundo a fora. E que nunca escreveram uma linha. Existem poetas que são policiais, palhaços, mega empresários, donos de crocodilo, fãs alucinadas, vendedores de droga, coroinhas rebeldes, prostitutas fieis, donos de bar. Talvez esses poetas, os que nada escrevem, são os que mais contribuem com a poesia. Aí você deve me perguntar “então por que o Rimbaud escrevia, então por que o Bob Dylan canta, então por que o Salvador Dali fez quadros?”. Cara, é que essas figuras fazem tudo isso pelos medíocres (sejam eles intelectualizados ou não, não importa). Esses que não sabem ver poesia a não ser de forma material, exposta num livro, letra por letra, frase por frase. Seres imediatistas e preguiçosos. Como vocês que visitam esse blog e lêem essa entrevista agora. E acham legal e tal. Mas se perdem diante de alguma poesia escrita em lugar nenhum mas viva, que te cerca e você não sabe do que se trata, e precisa do Rimbaud, do Dylan ou do Salvador Dali pra fazer com que vocês enxerguem a porra da poesia. Poetas são apenas tradutores.

F.C- Escritos de um inferno atômico. Procura passar que espécie de sentimento ? Caos, tormento, loucura?

RS- Os sentimentos precisam ser reinventados. Instituições diversas se apossaram do amor, do caos, do sorriso, da dor de barriga, em alguns casos até os patenteando.

F.C- Deixe suas palavras, fale o que quiser para os leitores?

RS -(...)

1 comentários:

  1. Anônimo disse...:

    "Fico impressionado quando vejo alguem dizer “li tal livro, tal livro mudou a minha vida”. – qual medíocre deveria ser a vida deste que diz isso."
    Medíocre mesmo é esse aí que nunca leu um livro de verdade. Devia largar esse niilismo patético, ler os clássicos, ir pular carnaval e curtir a vida.

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