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Óculos e barba rala nem de longe podem definir-te
Apressado e tenso passageiro do delírio
Passeia no trem fantasma do teu espelho íntimo
O teu vale de lágrimas é um rio de águas turvas
Onde teus olhos de narciso-medusa
Te convidam a um mergulho sobrenatural
Cai do décimo terceiro andar
Da ilusão imagética e irreal da arte surreal
Mas tem preguiça de cair na vida
Exita pensa...
A melancolia tua companheira e minha
Parece que agarrou-se ao teu corpo
Feito uma tatuagem que o teu íntimo medo da solidão faz crescer
Só a arte te salvará perdendo-te e matando-te para renasceres outro
Uma arte vertigem transgressora
Combustível magma de teu eruptivo e implosivo vulcão
Dissimulas o teu coração que clarividente
Como as águas que espelhavam a beleza de narciso
Transparece a tua alma paisagem imediata
Cartão de visitas marcante como um sorriso espontâneo
Participamos-te e sofremos-te o que pretensamente achas esconder.
Leidivan Rodrigues