A NOITE
Meus caninos apodrecem lentamente
Parece prudente que eu seja vencido
Que se faça a vontade e se cumpra a sina
Aceito a sentença que vem do desconhecido.
Ofereço a Baco o rubro da carne e as tentações do prazer
As tradições milenares, a vontade de ser
Ser além do esperado.
Perco-me na plantação de sonhos!
Acho o motivo em um copo e o esqueço em tropeços.
Por idéias, estou preso e acorrentado
Leso por não acreditar em chances que sempre chegam.
Ouço o ranger da alvorada e as passadas do relógio
Que mistérios me aguardam ao fim do quarteirão?
Abatido, termino o vinho que tanto me acompanhou
Desapareço na escuridão entre vielas e calçadas.
Vou chegando ao término de uma rotina que sempre tive
Relembro a fotografia, sinto lentamente à brisa forte
O destino faz-me perceber a cortina que estivera perto
Meu corpo pálido e frio é um convite a morte.
TALBERT IGOR
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Mais outra desse jovem poeta influenciado por Augusto dos Anjos e os boêmios do século 19