A VOZ FAMILIAR
Uma voz ecoa intimidando caminhos
Chega a pronunciar blasfêmia e pecado
Destrói idéias, rindo, consome o vinho
Segue o martírio de ser um amaldiçoado.
É capaz de criar e em detalhes se perder
Faz-se mostro e herói, tão criativo e tão cego
Desenvolve a armadilha que o faz sofrer
Diariamente afeta o seu louco ego.
Lembro-me das vezes em que chegavas embriagado
Brindavas com a derrota e cuspia os pilares da moradia
Logo a sarjeta, era rapidamente agregado
Sentia a angustia ao fim do dia.
Que fizeste para chegar a tal estado?
És um tolo por deixar-se levar ao infortúnio
Substitui-se por promessas repetidas
São abatidas e por gestos és vedado
Tu reges entre pai, filho, salvador e tirano
O irmão crápula, o bem e o mal da família
A fé e a descrença que inspiram ao pequeno
És a ausência de mais um dia longo, dentre tantos, o desengano.
(Talbert Igor)
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