ANDANDO DE BORESTA PELO NADA

Me deem coisas que eu possa criar
quadrados, retas, curvas
os horizontes são sem visão
o algodão não faz nuvem
a arma não trás a paz
o símbolo não é força
dormimos sobre a glória dos que já foram
fósseis achados dentro de uma geladeira
osso, coluna, vértebra
me deem coisas que eu possa possuir
do Iraque ao beco sujo de Salvador
tudo já foi dito.
anjos em garrafas de vidro planando pelos rótulos gastos
vendo almas. Alugo Karmas
me aproximo frustrado para depois afastar-me feliz
roubo a mim mesmo
carregando o peso do cosmo em um baseado dionisíaco.

JOÃO HENRIQUE
 
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