O amável cético perdedor




  Toma tua lágrima

                    Como teu pior sacrifício

É impossível não manter resquício

Desta tua vil tortura

                       Mergulhada em amargura

                        Com orgulho de ser poeta

Desdenhando tua própria meta

E tirando da dor,candura.

Passa

Pela noite silenciosa

Transformando teu ódio em prosa

E tomado pela loucura.

Diz-me

Que teus lábios estão cortados

Pelos ventos que são passados

Com teu mistério e tua negrura

Beija

A morte e saúda o tempo

Ele é teu melhor amigo

Ele forma no pensamento

Tuas barreiras contra o perigo.

Ele faz atrasar a morte

Ele cura teu corpo insano

Ele fecha aquele teu corte

Do lábio e do amor profano

Que pra ti é mais invenção do demônio.

Doente! Não tens neurônio?

É sagrado, é purificação!

Perdeste no jogo da vida

E hoje anuncia tua partida

Com rótulo de perdedor

Então fenece

Nos braços de quem não te quer

Daquela maldita mulher

Que hoje te rejeita e esquece

 
Thaís Araújo

O MALDITO SORRISO DO PALHAÇO TRISTEZA

Coloca sua roupa cheia de repetição e cansaço
POBRE PALHAÇO
Passa sobre o rosto enrugado a maquiagem amarga do próximo estardalhaço
 No seu olhar o medo escrevia amarguras coloridas 
Caminha forjando uma pressa que não quer chegar(DOR)
Comtempla a multidão afoita a gargalhar
Pensamentos e perguntas amordaçam sua existência
Palhaço do sorriso amargo /Velho saltimbanco decrépito  
Acorrentado ao pesadelo do sorriso (AMARGURA)
Falas fúnebres / gestos mancos
Caminha por entre o público
Olhares de desdém apunhalam sua comédia
Tenta contar piada /Arrancar aplausos
O palhaço não ri /O palhaço não brinca
Preso ao desespero e a mudez da plateia
Sobe ao trapézio
                                                                    Em um único salto seu pescoço abraça as cordas
                            O corpo rodopia sinistramente/bailando no sangue enforcado
Apenas aceita o apertar da garganta
O gesto funesto
Clown amaldiçoado
Gira ...............gira..............
A multidão atônita mordia o espanto. O silencio não suplicava vozes
De repente um sorriso fúnebre e azedo estava horrendamente esculpido nos cantos de sua boca 
E ALGUÉM GRITA  :
-  OLHEM ! OLHEM, O MALDITO SORRISO DO PALHAÇO TRISTEZA. 
 
Embora caias sobre o chão,fremente
afogado em teu sangue estuoso e quente,
ri! Coração ,trisitíssimo palhaço .
Cruz e Sousa
 

 
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