Vida

foto:Grupo Teatral Farinha Seca

Histórias de vento, contos de areia, memórias do mar, dores do sol. Moscas varejeiras que circulam sob meu cérebro e se alimentam da podridão de minha alma, fecundam a lama que se acumula em minha boca com o que há de vivo, com o que há de vil, com o que há... Vida! Essa velha bandida que nos dá o que não queremos, que nos serve o que não devemos recusar... Vida! Quando me trouxeram a cabeça em uma bandeja eu ri, ri de mim e ri do mundo. Meu velho amigo, meu velho falso amigo, pra onde caminhamos nesses dias turvos? Para onde vamos enquanto não temos para onde ir? Estaríamos melhor inertes? Plantados sobre o Monte Zion a observar a chuva de balas? Minha cabeça dói! Meu coração encerra uma velha maldição... Eu sei que estou perdido, mas quem não está?! Então, prefiro semear a terra com meus olhos e regar com sangue, meu sangue e o sangue de meu filho. Mas não nutra esperanças vãs, afinal ainda estamos vivos

Edson xavier Ferreira

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