JARDINS DE MÁGOAS

foto:Grupo Teatral Farinha Seca

Tulipas banguelas acenam amputadas

nos jardins de mágoas trava o artista

a sua árdua batalha expressiva em busca da beleza

saúdo a leveza da vida abrigo obscuridades

demências tangidas demências vividas demências desejadas

calor estéreo transpira o corpo nordestino

o sol que incomoda transborda o céu de luminosidade expressiva

melancolia me domina me atravessa noite a dentro

insónias pesadelos e palpitações prenunciam a presença do diabo

que me tenta ao suicídio

todos os homens estão fadados a morrer

e como diria Becket todos temos que nos conformar pois o inferno nos aguarda

além da estrada no além túmulo post mortem ha! ha! ha!!!

nenhuma transcendência me amedronta ou me provoca

tanto quanto a vida tal qual ela é

the dark side of the moon

a noite persiste com os seus demônios alados

feito pernilongos a perturbar-me o sono

a noite desperta o artista sonâmbulo de inquietações

delirium tremens bombardeiam o tédio

venenos de eletricidade açoitam meu corpo hedonista

e eu falava em tulipas

flores decepadas carnívoras e muchas adornam os jardins dos morros narcóticos

a guerra civil banha em vermelho o sol da tarde inútil de domingo

que cheira a tédio e a naftalina

escuto o rap requiém das favelas chapadas de armagedom

ao som de violinos distorcidos e toscos

adormeço no caos silencioso do inferno kafkiano que habita em mim.

POR LEIDIVAN MALDITO

1 comentários:

  1. joao henrique disse...:

    Arrisco a dizer que pra mim essa seja sua obra prima .Gostei bastante ,esse jardim é o caos

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