Não sou mais o poeta do amor, ou dos sonhos doces.
Não romantizo mais verdades cruas e cruéis, nem engano mais os iludidos.
Não procuro entender o que não se explica, nem explico mais o que não entendo.
Não escrevo mais para pessoas felizes. Nem mesmo para as esperançosas.
Escrevo, agora, tão somente, aos desapaixonados, porque eles sim, sabem a verdade.
Escrevo aos desesperados, desiludidos, magoados, esquecidos. Aos que choraram o necessário para descrer da felicidade. A todos aqueles que um dia leram o que escrevi, e acreditaram.
Escrevo aos que não fazem mais juras de amor, porque não têm mais motivos para jurar. E porque foram traídos por quem mais juraram.
Escrevo apenas a eles, e por eles, porque não acreditam mais em nada, nem no futuro, nem que um dia será diferente.
E escrevo porque eles sim, conhecem o mundo real, e o coração das pessoas.
Escrevo, portanto, apenas àqueles que não sentem mais.
Que não riem mais.
Que não crêem mais.
Que não amam mais.
Embora, continue eu, incondicionavelmente, amando.
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